Ambliopia, também conhecida como “olho preguiçoso”, é a diminuição da visão em um olho sem lesão orgânica. O desenvolvimento da área cerebral responsável pela visão ocorre até mais ou menos os 7-8 anos; portanto, a falta ou diminuição de estímulo pode levar ao não desenvolvimento adequado da visão.
A ambliopia em geral é unilateral, mas pode ser bilateral quando os olhos são privados de uma boa visão, por exemplo nos pacientes com grau alto.
Diagnóstico:
O diagnóstico é exclusivamente clínico , não necessitando de exames de imagem ou laboratoriais.
Tratamento:
A mais importante forma de tratamento é o uso do tampão, com oclusão do olho de melhor visão ou olho bom, obrigando o “olho preguiçoso“ a funcionar. Vale salientar que isso é feito de forma dosada e seguida para que não se tenha prejuízo ao olho bom. O uso dos óculos também desempenha papel importante, possibilitando que a imagem chegue nítida e estimulando assim o olho com pior visão.
Em alguns pacientes pode ser necessário também o uso de colírios (para borrar a visão do olho bom), lentes de contato e cirurgia (por exemplo nos pacientes com catarata congênita).
Em geral o tratamento para ambliopia é longo (sendo uma média de 3 anos) e seu sucesso depende da idade do paciente no início do tratamento, da adesão adequada e do correto seguimento a longo prazo. A adesão ao tratamento é decisiva no resultado. É um tratamento barato, não invasivo e se feito corretamente tem excelentes resultados.
Se detectada e tratada precocemente, a ambliopia pode ser curada; entretanto se isso não ocorrer até os 8-10 anos, a deficiência visual persiste por toda a vida, não podendo mais ser revertida.
Dra. Cecília Faria Bertero
Oftalmologista especialista em Estrabismo e Oftalmopediatria. CRM-SP 111.905.