Sensação de ardência, irritação, dor, coceira, queimação ou areia nos olhos podem ser decorrentes do olho seco. Essa doença oftalmológica também conhecida como síndrome de disfunção do filme lacrimal pode ser definida pelos seguintes fenômenos: diminuição da quantidade, modificação da qualidade e/ou redução da estabilidade da lágrima.
Cerca de 15 a 40% da população apresenta sinais de olho seco. O quadro clínico varia entre casos leves com queixa básica de desconforto ocular aos mais graves com complicações como úlceras e perfurações da córnea.
O olho seco costuma piorar ao final do dia e em ambientes com baixa umidade, como ambientes com ar condicionado ou aquecedores. Também piora após o uso excessivo da visão para perto, como em usuários de computadores, tablets e smartphones.
A síndrome de disfunção lacrimal pode ocorrer devido a redução na produção do filme lacrimal, mas a principal causa é a evaporação excessiva.
O tratamento básico consiste na reposição da lágrima com lubrificantes e cuidados com as bordas palpebrais através da lavagem com água morna e limpeza com shampoo neutro infantil diluído. Também podemos prescrever cápsulas de óleo de peixe ou da linhaça que contém alto teor de ômega 3. Há também os cuidados ambientais, como o uso de vaporizador para ambientes secos e evitar o uso de ar condicionados e ventiladores, reduzindo assim, o fator evaporativo.
Para quem usa celulares, tablets e computadores e realizam esforço visual constante, o ato de piscar fica prejudicado pois a pessoa passa a piscar menos do que deveria, favorecendo a evaporação das lágrimas com mais rapidez. Pessoas com olho seco devem usar esses dispositivos de forma mais cautelosa, evitando passar muitas horas seguidas em frente às telas. No caso do trabalho, recomenda-se que a cada 50 min seja feito um intervalo, direcionando o olhar para um ponto distante, ao infinito e se possível ingerindo 1 copo de água a cada pausa.
Dra. Cecília Faria Bertero
Oftalmologista especialista em Estrabismo e Oftalmopediatria. CRM-SP 111.905.
